Problemas do Bitcoin
O bitcoin foi pensado de maneira a ser minerado por pessoas em seus computadores pessoais e trocado no modelo peer-to-peer, mas o que se vê hoje são organizações minerando Bitcoin com milhares de ASICS e a maioria dos mineradores independentes atuando em outras criptomoedas. O Bitcoin, foi pensado para ser descentralizado, mas após o advento de ASICS, grandes pools e exchanges centralizadas, a cripto se tornou cada vez mais centralizada, o que prejudica seus mecanismos de segurança e privacidade.
Problemas de privacidade

• Transações “Públicas”
Todas as transações de Bitcoin são públicas, qualquer um com acesso à blockchain pode ver todas as transações da história, porém não podem associar as carteiras aos seus donos com a mesma facilidade.
Embora identificar o dono de uma carteira não seja tão fácil como ver as transações, ainda é muito provável que a maioria dos usuários tomem ações que permitam tal identificação. Um exemplo é comprar BTC em uma exchange e sacar para sua carteira (aqui já evitamos um erro muito grave, que seria deixar o BTC na exchange). Todas as exchanges centralizadas requerem dados como o seu CPF, logo se você sacar seu saldo para uma carteira privada a exchange sabe o seu CPF e o endereço da sua carteira. Então eles podem rastrear toda a atividade da sua carteira na blockchain.
Problemas de Segurança agravados pela centralização
Esses problemas são causados, primariamente por ASICS e mineração com GPUs em grande escala

ASICS são “computadores” voltados a uma tarefa específica, ou seja, só podem fazer uma coisa, mas são extremamente poderosos nessa atividade, que na maioria das vezes é minerar criptomoedas. O grande problema das ASICS é que elas são muito caras e muito poderosas, o que cria uma tendência de centralização na rede já que aqueles com mais dinheiro terão maior Hash rate e logo representarão uma maior parte da rede.
• Grandes pools
Como o Bitcoin é muito difícil de ser minerado (por causa da mineração com ASICS), uma prática muito comum é união de vários mineradores em uma pool de mineração, onde os mineradores juntam seu poder computacional para minerar de forma cooperativa e dividir os lucros. As grandes pools são centralizadoras

-gráfico de 2018
• Ataque dos 51%
Uma vez que uma grande pool ou um grupo de grandes pools obtém mais de 50% do Hash rate da rede, eles passam a controlar a rede e podem fazer transações falsas, Double Spending e outras fraudes.
• Grandes exchanges
Grandes exchanges centralizadas vão contra os princípios de descentralização e podem ser usadas para rastrear os usuários na blockchain
Outros possíveis problemas
O Bitcoin tem uma quantidade máxima de BTCs a serem minerados, após isso novos bitcoins não serão produzidos. Isso aumenta a escassez da moeda e portanto eleva seu valor no longo prazo. Mas ainda é possível que aconteça um desastre tecnológico em escala global e a maioria dos BTCs sejam perdidos, o que poderia ser prejudicial à rede.
Segundo o Portal do Bitcoin, cerca de 20% de todos os Bitcoins existentes estão presos em carteiras “perdidas”, onde os donos perderam as chaves privadas(senha da carteira)
Note que a maioria dos problemas citados podem (e são) mitigados de diversas maneiras, mas ainda existem.
O Bitcoin ainda tem muito chão pela frente, mas eu não acredito que ele venha a se tornar o que Satoshi Nakamoto planejou inicialmente. A criptomoeda que está mais alinhada à intenção inicial do Bitcoin é provavelmente a Monero, que uma das poucas criptomoedas que realmente é utilizada como moeda (em maior parte na dark web)
Quando obtiver um maior conhecimento técnico sobre a monero vou fazer um post dedicado a ela
Escrito por Vinícius Hansen